Sombras!

<p value="<amp-fit-text layout="fixed-height" min-font-size="6" max-font-size="72" height="80">Temo as sombras que me buscam, me rodeiam, me puxam e me levam para memórias que doem demais.Temo as sombras que me buscam, me rodeiam, me puxam e me levam para memórias que doem demais.

Sei que não são reais, sei que sou eu que as crio, sei muita coisa, mas ainda assim acordo a chorar.

Era fácil ceder às lágrimas, tão fácil que uma se escapa de vez em quando.

Tenho medo de deixar o profundo ganhar. Lá aonde guardei o mais precioso que sou, aonde escondo tudo o que não me atrevo a ser.

Guardo memórias, perdas, saudades e sento-me em cima dele como se de um túmulo se tratasse. Como se fosse uma estátua a servir de laje dos restos mortais do que não me atrevi a viver.

Eu que não sou inteiro, que nunca fui, a quem a vida tem arrancado pedaços deixando apenas cicatrizes e memórias.

Temo as sombras que me querem. Temo que apenas as sombras me queiram.

Já não sei se sou eu que me escondo ou se sou eu que não quero encontrar o eu que está escondido.

Não sei. Não sou. Não.

Temo as sombras que me fazem tremer pela possibilidade de que ainda haja um eu.

Escrevo aos bochechos, travado pela viagem ao Profundo.

Acho que sou eu que viajo, mas pode ser que eu seja a viagem.

Temo as sombras. Temo-me.

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